TopGear.com: Chevrolet Camaro conversível

Pelo que entendemos de engenharia, remover o teto de um carro torna a experiência ao volante um tanto… instável. Especialmente se este carro for enorme e americano. Mas o novo Camaro conversível para a Europa nos desconcertou – ele anda lindamente bem.

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Talvez por isso ele não seja um produto feito apenas para gerar lucros. O conversível foi projetado junto com o modelo de teto rígido, então a maior partes dos reforços já fazem parte do projeto, não algo instalado depois – isso mantém o peso baixo, diminuindo a diferença dinâmica entre o conversível e o cupê. Mas pesando 1.920 kg (125 kg a mais que o cupê), ele ainda é pesado.

Ele possui dois motores para lutar com toda essa massa, ambos são V8 de 6.2 litros. Tem um LS3 de 438 cavalos que vem junto com um câmbio manual de 6 marchas e um L99 de 410 cavalos com um câmbio automático de 6 marchas.

Ambos são rápidos o bastante, mas eles sofrem para passar a sensação de diversão que os números sugerem. Eles também são sedentos – apesar do sistema Active Fuel Management do L99 (ele desliga quatro dos oito cilindros quando necessário), ele faz apenas 7.79 km/L. Mas eles fazem um belo som, que você consegue ouvir mais claramente na versão “careca”.

Até agora, parece um muscle-car de verdade. Mas ele fica mais interessante por baixo – ao invés de um eixo traseiro vivo ou feixe de molas, há um arranjo independente com amortecedores mais duros (especialmente para a Europa) e um par de barras estabilizadoras reposicionadas e remodeladas. Isso significa que ele faz o impensável – ele faz curvas. Como um carro esportivo de verdade.

Ele não é exatamente sereno, mas a rolagem da carroceria é mínima, e sua obediência na estrada é característico de carros GT.

No entanto, ele possui um problema. O automático custa R$117.700 (o manual sai por R$113.450), o que parece ser ofensivamente caro por algo que deveria oferecer diversão a preço acessível. As coisas pioram quando você nota a costura não muito bem feita e o acabamento frágil – algo que não se encontra em outros carros da GM européia. Também tem a inconveniência do volante à esquerda, espaço ínfimo para as pernas, consumo de combustível ridículo…

Mas, encaremos os fatos, comprar um muscle-car na Grã-Bretanha transcende qualquer julgamento – o que importa são os feromônios visuais e as conotações culturais. E em se tratando do modelo com preço demais e qualidade de menos à venda na Grã-Bretanha, pelo menos ele tem boa dirigibilidade.

OS NÚMEROS:
6.162 cm³
V8
Tração traseira
438 cavalos
58.07 mkgf
7.79 km/L
304 g/km de CO2
0 a 100 km/h: 5.2 segundos
250 km/h
1.920 kg

VEREDITO: Um muscle-car com dirigibilidade brilhante, mas surpreendentemente caro e terrivelmente pesado. É fácil não desejá-lo.

NOTA: 06/10

Texto: Matt Jones
Fonte: TopGear.com
Tradução: John Flaherty