Os Ícones do Hammond: Lotus Esprit Essex
O Lotus Esprit Essex. Espere um pouco e pense nisso. Essex. Temos uma edição especial que celebra o lançamento da primeira versão turbinada do vistoso supercarro britânico chegando, e precisamos de um nome. Após rejeitarem, sei lá, “O Turboliser, “O Raio da Morte Turbo”, “King Dong” e “Grande Excalibur”, a Lotus escolheu “Essex”.
Ela tinha seus motivos: querendo lucrar com o glamour da F1, a companhia juntou o carro com sua patrocinadora, a Essex Petroleum. Eu teria escolhido Lotus Esprit Petroleum, mas enfim…
Há outras razões para o nome Essex cair bem: uma olhada no interior é o bastante para achar isso. É muito couro laranja; muito parecido com o bronzeado de qualquer um dos moradores de Essex que aparecem na TV. E ele foi trançado até não poder mais. Sentar-se no banco do motorista é como sentar-se no rosto enrugado de um fumante inveterado de Essex. Eu imagino. Mas uma vez dentro, nem tudo é tão ruim.
Tire os olhos do couro trançado laranja, e veja o rádio. Ele tem um toca-fitas, e está montado no teto. É como estar na cabine de vôo de um Jumbo. Meu Deus, isto deve ter sido uma sensação especial em 1980 quando, lembre-se, tudo era bem horrível. E então, isto aparece. É maior, melhor e mais ousado do que qualquer outra coisa. E, o melhor de tudo, é britânico. Se isso não fizer sua gravata “kipper” ficar toda alvoroçada, nada irá.
O Essex foi baseado no S3, a terceira encarnação do Esprit. O interior desta edição limitada, assim como a carroceria, foi obra de Giugiaro. Mas isto é mais do que uma mera renovação. O Esprit havia sido lançado com a versão S1 em 1976. Sim, nós nos apaixonamos por ele quando James Bond dirigiu-o no fundo do mar e derrubou um helicóptero com um míssil francamente ridículo, mas isso foi há muito tempo. Rapaz, como as coisas mudaram.
Este foi o primeiro Esprit turbinado, ele tinha um motor com um cárter seco, o chassi e a suspensão traseira foram redesenhados, e o novo body-kit aerodinâmico desenhado por Giugiaro deixou o carro parecendo maior, mais ousado e mais bravo. No entanto, ele não consegue soar especial quando liga-se o motor 2.2 de 4 cilindros atrás da sua cabeça, e a coisa toda parece incrivelmente antiquada. Além disso, a transmissão está muito longe de ter a agilidade que você esperaria… O interior excêntrico chia e range um pouco, os botões claramente são de carros mais vulgares e, após cinco minutos no casulo de couro laranja trançado, você acaba suspeitando que está dentro do escroto de um elefante.
Que mais? Ele é rápido o bastante para mantê-lo entretido, mas nunca irá surpreendê-lo. Ele produz 210 cavalos – o que não é muito – mas ele pesa apenas 1.220 kg, então o 0 a 96 km/h leva apenas 6 segundos, e ele chegará a até 250 km/h.
Mas se você me perguntar, ele ainda é o “wedge” (calçadeira) original – um supercarro de verdade com faróis escamoteáveis e tudo mais. E mesmo esta pintura extravagante é algo muito bonito. Fazendo jus ao nome Lotus, ele é leve e faz ótimo uso de sua potência. E ele tem história e pedigree; ele existiu de um jeito ou de outro por 28 anos. Há carros melhores, mais sofisticados e inovadores, mas o Esprit reservou seu lugar no folclore automotivo, e ter um, em qualquer versão, sempre significará ter, e dirigir, uma lenda.
Fotos: Justin Leighton
Publicado em 07/04/13, em Hammond, Matérias traduzidas, News e marcado como Essex, Giugiaro, Lotus Esprit. Adicione o link aos favoritos. 1 comentário.
como eu queria ter um carro destes 😦